Nada que fazemos em excesso acaba sendo saudável, inclusive a prática de exercícios físicos. Pedalar em excesso deixa de ser saudável por conta do volume de treinamento, podendo comprometer a vida útil do coração.
Existem estudos que apontam que exercícios de endurance (longas distâncias) podem danificar o coração. Uma análise realizada em 2009 mostrou que um atleta de resistência é 5 vezes mais propenso a desenvolver fibrilação arterial (FA).
A fibrilação arterial é uma das formas mais comuns de problema na frequência cardíaca, muitas vezes acelerada, podendo provocar má circulação sanguínea. Isso acontece porque as câmaras superiores do coração, os átrios, não batem de maneira coordenada com as câmaras inferiores, os ventrículos.
A maior preocupação com a FA é por ela tornar o risco de AVC maior. Como os átrios fibrilantes não se contraem ou se esvaziam totalmente, aumentam as chances de coágulos sanguíneos se formarem.
Por outro lado, a prática regular de exercícios evita outros fatores que também podem causar AVC, como diabetes, pressão alta e etc. Então o ideal é equilibrar os riscos e os benefícios, praticando atividades regularmente, porém, com moderação.
Michael Papadakis, especialista em cardiologia esportiva na St. George’s, Universidade de London, explica que: “Em um atleta que experimenta episódios ocasionais de FA e continua a se exercitar com a mesma intensidade, é provável que a frequência dos episódios aumente e eventualmente o coração permaneça a maior parte do tempo em FA… Na maioria dos casos, nós recomendamos que eles tirem o pé do acelerador e tentem moderar, mas não parem de se exercitar”.
O coração de um atleta precisa lidar com extremos, como a adrenalina que é aumentada nos treinos, e depois tem uma baixa nos repousos. Essas variações mais bruscas podem acarretar batimentos prematuros, podendo se tornar FA futuramente.
No entanto, isso não significa que todos que treinam pesado por anos terão problemas cardíacos, mas é importante evitar o overtraning, que é justamente quando você passa dos seus limites físicos e chega a exaustão, acarretando diversos sintomas.
É importante se atentar aos sinais de alerta que o seu corpo mostra, e dar a ele tempo de descanso e de recuperação, principalmente a medida que você adquire mais idade.
Informações: Revista Bicicleta
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