Em meio essa onda de Pandemia, parecia que o Tradicional Mr. Olympia não aconteceria, a data teve de ser mudada, vários atletas contraíram covid, outros não conseguiram o visto. No entanto, o show aconteceu.
E alguns destaques fizeram desse Olympia um dos melhores de todos os tempos. A despedida de Dexter Jackson dos palcos talvez tenha sido a mais emocionante, foram incríveis 22 anos competindo naquele palco, um verdadeiro fenômeno.
Teve também a volta do 7 vezes campeão, Phil Heath, após sua derrota em 2018, e de sua cirurgia de hérnia, ele era muito aguardado, pois todos gostariam de saber se realmente ele seria capaz de recuperar o título. Ainda tinha o atual campeão, Brando Curry, tentando de qualquer forma manter seu reinado. Em seus calcanhares tinha o desacreditado Big Ramy, que havia sido renegado ao terceiro lugar no Arnold Classic, e ter contraído covid perdido a vaga para o Olympia, sendo que só participou do show, porque ganhou um convite especial, era tido como apenas mais um no show.
Também tinha o Fenômeno do momento, o Persa Hadi Choopan, e seus problemas com o visto, o cara praticamente saiu do avião para o palco do Olympia, pois chegou em cima da hora em solo americano. E também o vice-campeão, do ano passado, e atual campeão do Arnold Classic, Willian Bonac.
No dia do show, o top 5 foi logo formado e esse 5 nomes estavam lá. Phil veio muito abaixo do seu imbatível físico, seu abdominal continuava muito dilatado. Bonac, irreconhecível, seu físico murchava a cada pose, Hadi Choopan fazia o caminho contrário, ficava mais seco a cada rodada. Já o campeão Brando Curry, estava seco, mas também não segurou seu condicionamento, em meio a tudo isso. Por outro lado, o desacreditado Big Ramy veio com sangue nos olhos: gigantesco como sempre, e muito mais condicionado. Suas poses laterais eram simplesmente imbatíveis.
Nas finais o jogo estava decidido, Ramy estava soberano. Na segunda colocação a briga era entre Curry, Phil e Choopan, o iraniano estava muito melhor, mas na soma das prévias e das finais, ele ficou com a quarta colocação, para o descontentamento do público, que o queriam no segundo lugar, Phil ficou com a terceira colocação
Suas cirurgias de hérnias, fizeram seu físico cair de produção, perdeu volume e condicionamento, além de não ter resolvido o problema do seu abdominal dilatado, mesmo assim, ainda foi capaz de brigar pelo título, seus braços continuam poderosos, sua costa ainda é a que possui cortes mais profundos, mas, infelizmente nada é para sempre.
Na segunda colocação tivemos Brandon Curry, talvez o Mr. Olympia mais frágil de todos, apesar do seu tronco perfeito, ombros largos, cintura estreita e suas pernas são seu maior problema, elas praticamente sumiam nas poses de frente, além disso, Brandon foi o que mais teve líquido nas finais, não conseguiu segurar o condicionamento do dia anterior, não perdeu a segunda colocação, por detalhes.
O grande campeão da noite foi o maior e melhor homem do palco. Big Ramy, o segundo Homem de origem Árabe” a vencer o Mr. Olympia. O primeiro foi o libanês Samir Bannout em 1983. Ramy saiu de pescador egípcio, para a maior revelação árabe no fisiculturismo, isso após vencer o Olympia amador no Kuwait em 2012, isso com apenas 3 anos de treinos.
Ramy vinha de sucessivos fracassos nos Olympias anteriores, tirando o de 2017, quando foi segundo colocado, quase ninguém mais acreditava que aquele gigante conseguiria vencer aquele show, mas ele conseguiu, e em um ano que vinha sendo desastroso para ele, um ano que faria qualquer um desistir, ele persistiu e trouxe para aquele palco, sua versão perfeita, grande, denso e cortado ao extremo.
Após sua vitória, ele virou herói no Egito, todos os canais de TV noticiaram sua vitória, sua chegada parou o país, desfile em carro aberto, multidões lotaram as ruas para saldar o mais novo herói do país. Foi um término de ano de conto de fadas para o Gigante do Egito.
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Texto de Almir Veras
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