Crossfit é um dos exercícios funcionais mais conhecidos. Ele engloba levantamento de peso, ginástica, corrida e alguns exercícios bem tradicionais como querobel (kettlebell), que é muito antigo. Aliás, há relatos que o funcional teria começado lá na segunda guerra, para aprimorar o treinamento dos soldados. “Hoje o funcional está bem desenvolvido e há diversos tipos de marcas, o Crossfit é uma delas. São funcionais com peculiaridades distintas”, explica o fisioterapeuta Keyner Luiz, é um dos profissionais mais conceituados na área do movimento do corpo humano no Brasil.
O Crossfit é uma técnica que engloba muitos movimentos que, apesar de complexos, são adaptáveis. “Por isso todo mundo pode praticar, de um cadeirante a uma idosa, uma pessoa com síndrome de down ou um atleta de alto rendimento”, afirma Keyner, que é praticante, proprietário de um boxe de Crossfit em Santos e coordenador do curso Suspension na VOLL Pilates, maior grupo de ensino de Pilates na América do Sul.
Diferença entre Crossfit e academia
A grande diferença do Crossfit para uma academia normal é que os alunos se tornam amigos, formando verdadeiras comunidades, o que extrapola a atividade física. “O mais apaixonante desta modalidade é o aprendizado diário, como os exercícios são muito complexos, o praticante quer evoluir sempre e, a cada dia, aprende algo novo”, destaca Keyner. O problema é quando não há uma orientação adequada, ou quando o aluno foge da aula das técnicas, e acaba se machucando por fazer algo de forma inadequada.
PRINCIPAIS ERROS DO CROSSFIT
NO TREINO
FALTA DE PERIODIZAÇÃO ADEQUADA – cada treino tem que ter uma periodização para que o aluno não se machuque. Por exemplo, um dia é trabalhado um grupo muscular específico, no seguinte, outro, para que assim não haja sobrecarga nas articulações.
FALTA DE TÉCNICA – há alunos muito fortes, que não têm técnica, e negligenciam esse aprendizado. É fundamental trabalhar as técnicas com a mesma vontade que faz o treino principal, que no Crossfit se chama WOD (abreviação para workout of the day). O aluno forte olha o exercício e acha que é capaz de executar, mas como não tem técnica acaba se machucando na execução.
NÃO TRABALHAR A BASE – é fundamental trabalhar a base para que o aluno se movimente bem, com estabilidade corporal. Alguns alunos acham chata esta parte da aula, acreditam que trabalhar a base não vai melhorar o PR (Personal Record), o que é um engano, e acabam “esquecendo” esta parte.
SALTO NA CAIXA: não amortecer a queda, com isso a sobrecarga vai toda para o joelho.
PULL-UP: não trabalhar direito a pegada. O erro mais comum e deixar o dedão de fora. É um detalhe, mas se fizer isso a mão do aluno pode escorregar provocando uma queda.
LEVANTAMENTO DE PESO: usar pouca técnica e muita força. O correto é o oposto. O aluno acaba levantando um peso muito maior do que realmente é capaz e pode se machucar
DOBLE UNDER: executar o exercício com os braços abertos. Isso vai cansar muito os ombros. A posição correta é com o cotovelo colado ao corpo.
AGACHAMENTO: entrar em valgo, direcionando um joelho contra o outro, para dentro. Isso vai sobrecarregar a articulação dos joelhos, quadril e tornozelos. O correto é com o joelho reto, ou levemente aberto, acompanhando o pé.