Cuidado: comer demais pode ser sinal de compulsão alimentar

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Alimentação
Crédito da foto: Divulgação

O ato de comer é prazeroso e essencial para a vida. Porém, como tudo em excesso, pode fazer mal. E comer demais leva à gula, que apesar de ser um dos sete pecados capitais para os católicos, é o único que possui uma data própria. O Dia da Gula é celebrado em 26 de janeiro. No entanto, comer demais pode acarretar em problemas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 2,6% da população mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA). 

Segundo a nutricionista Jalily Moura (CRN: 10694), que atende na Clínica Sin, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, compulsão alimentar é o ato de comer em excesso. “Muitas pessoas recorrem aos alimentos como forma de preencher alguma lacuna do seu ser e resolver alguma questão emocional. São diversas situações que podem levar uma pessoa a recorrer à comida ou álcool. O ato de comer descontroladamente traz um alívio, uma sensação de bem estar momentâneo para aqueles que não sabem lidar com frustrações e traumas. Normalmente o paciente come até passar mal, mastigam muito rápido, só engolem a comida e comem muito”, explica.

Para identificar esse distúrbio alimentar, a especialista destaca que a pessoa precisa estar atenta. “Analisar se tem se alimentado escondido, se ela come porque está ansiosa, se quer aliviar o estresse do seu dia dia através da comida”, revela. Jalily afirma que o tratamento inicia quando a pessoa reconhece que está comendo de forma desordenada, que se alimenta sem necessidade e com objetivo de prazer e não de alimentar o seu corpo. “Além disso, normalmente o compulsivo por comida é seletivo, ele gosta de comer determinados alimentos que aumentam a dopamina e serotonina, são hormônios que atuam na regulagem do humor, do apetite e do sono. Quando não são produzidos na quantidade certa, podem causar sintomas como cansaço, falta de memória, irritabilidade e dificuldade de aprendizado”.

Ajuda
Quando a pessoa reconhece o problema, Jalily destaca que é preciso a ajuda de um nutricionista para equilibrar a alimentação. “A pessoa precisará de alimentos ricos em fibras para ajudar na saciedade e alimentos naturais que contenham a capacidade de auxiliar no aumento dos níveis de dopamina e serotonina”, destaca. A profissional revela ainda a necessidade de um educador físico fazer parte do acompanhamento para auxiliar com exercícios físicos, que também ajudam na saciedade e bem estar. E, em casos mais graves, é preciso ainda ajuda de um terapeuta e médico para prescrição de medicação para controle de apetite e ansiedade.

Jalily Moura avalia que, pelo menos, duas vezes na semana a pessoa com compulsão come sem parar, até passar mal. Ela destaca que é possível prevenir a compulsão alimentar mantendo uma alimentação equilibrada, orientada por nutricionista, com horários fixos para as refeições, evitando intervalos longos sem se alimentar. “Mastigar devagar e mais vezes, lentamente, dormir bem, ter um sono reparador, procurar dormir mais cedo e acordar descansado, além de praticar atividade física também auxiliam nesse equilíbrio”, salienta a nutricionista do Órion Complex.

A especialista revela quais comidas atrapalham e quais ajudam na contenção da compulsão alimentar. “Os alimentos ricos em gordura, açúcar e farinha branca, estimulam a compulsão alimentar, como os fast foods. A boa notícia é que existem alimentos como laranja, mamão, banana, aveia, chocolate com mais de 70% de cacau, alface, rúcula e agrião que podem ajudar no tratamento. Limão, vinagre, pimenta e pimentão também auxiliam o paciente compulsivo a ter mais saciedade”, orienta Jalily Moura.

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