Muito se ouve falar que academia e treino mais pesados não são recomendados para crianças porque afetam o crescimento e desenvolvimento de quem o pratica. Essa ideia popular, segundo Guilherme Cortoni, mestre e doutorando em Ciências do Movimento Humano e docente do curso de Educação Física, do Centro Universitário Cesuca, instituição que integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional, não condiz com a realidade, pois em todas as gerações, quanto antes o exercício for implementado, melhor será o desempenho físico na fase adulta.
“As atividades físicas são importantes para o bem-estar e saúde de todos que as praticam, independentemente da idade. Desmistificando o tabu, afirmo que o treinamento de força não atrapalha o crescimento infantil, pelo contrário, os ossos ficam mais fortes e proporciona melhor desenvolvimento. Nas décadas de 1950, 1960 e 1970 eram recomendados apenas exercícios aeróbicos para crianças pela falta de evidência dos benefícios, por isso essa compreensão equivocada”, explica.
O docente ressalta ainda que o treinamento de força para crianças é importante para o desenvolvimento do sistema cognitivo, corporal, aptidão física e menores riscos de lesões em comparação a outros esportes.
“Ao pensar no treinamento de força, primeiramente, é necessário desmitificar que a hipertrofia é o principal objetivo. As crianças não ficarão ‘maiores’ porque elas possuem baixa produção de hormônios andrógenos que ajudam no ganho de massa muscular, como a testosterona e progesterona”, explica.
O professor aponta também que os jovens começam a ter ganhos musculares na fase de transição da puberdade devido à produção de testosterona iniciar nesta fase, e, automaticamente, o corpo da criança desenvolve.
“Por isso, a importância de iniciarem esses treinos já na infância, pois quando estiverem na adolescência, terão consolidação neuromuscular, aptidão física e consequentemente melhor eficiência de performance adulta”.
O educador físico do Cesuca, indica ainda, que diferentemente de adultos, que usam pesos, há treinos específicos de acordo com a idade. “Os programas de treinamento de força podem envolver o uso de peso livres, equipamentos, bandas elásticas ou o uso do peso corporal do próprio praticante. Para cada idade, há uma especificidade de treinos para que sejam feitos de forma lúdica e benéfica a esse indivíduo”, aponta o docente.
Guilherme Cortoni aponta, que segundo recomendações divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a população infantil e juvenil, de seis a 17 anos, deve fazer 60 minutos de treinamento aeróbico por dia e, pelo menos, 3x na semana de atividades de fortalecimento dos músculos e ossos.
Confira alguns benefícios indicados pelo docente:
- Prevenção e tratamento do sobrepeso;
- Aptidão muscular: a criança pode ter benefícios em potência muscular, agilidade, força, velocidade, flexibilidade e resistência;
- Desenvolvimento neuromuscular;
- Massa óssea;
- Indícios de melhora na saúde cardiometabólica;
- Estilo de vida ativo;
- Cognição;
- Mais possibilidades em desenvolver aptidão para brincadeiras recreativas em momentos de ócio;
- Melhora da saúde mental.
Recomendações
Para Guilherme, é recomendado o treino a partir dos seis anos de idade e focado no trabalho de grandes grupos musculares. “O treino tem foco especial em ensinar nos exercícios os movimentos fundamentais e que ajudam na aptidão física, como o agachamento, flexão, correr, pular, saltar, e desenvolver as habilidades motoras, como também trabalhar a amplitude de articulação dessas crianças”, exemplifica.
Por fim, o docente sugere que essa prática seja executada no máximo três vezes na semana, em dias não consecutivos, além de que essa criança e adolescente esteja sempre acompanhada de um profissional.
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